*_ MEL E CANELA, VICE E VERSA...

 

 

Todos entenderam errado minhas poesias, elas não falam de mim, mas de outro ser, outra alma, bem mais poética, a qual antigamente foi bonita.

Vejo tudo pelos olhos dela.

Seus desejos mais secretos foram por mim desvendados com outra Dona, a Senhora da Vaidade!

Ela teve uma beleza que poderia ser sido luz...mais antiga...

 

Quem sabe não seja você?

 

Numa época bem atrás, ela foi versada em usar o artifício da inocência a conquistar o que desejava silenciosamente.

"Oferecia seus olhos como quem nada quer, mas querendo tudo!"

Hoje detem um vasto repertório de histórias, mas finge que esqueceu.

Fostes a magia da Feiticeira repleta de promessas, poções de encanto na voz, em sedutores flertes sutis, artifícios de uma dama que ofertou mistérios delicados e suaves!

Vice-versa ao avesso...

Embora toda sua vida tenha lutado contra a beleza em ter outra alma com braços suaves e firmes a segurar seu coração.

O poeta apenas conta as poesias por onde ela passeou...

 

Sempre fugiu do amor como a sombras fogem da luz, porém fica a admirá-lo de longe...sem se envolver!

 

Quanto a mim?

Eu não fui assim tão belo...

Um mero poeta, diferente da Feiticeira!

Um sonhador acredito...

Você olha, mas não entende, enxerga mas não decifra...

Sou só letras, caras Senhoras!

Tal qual a história de um vento suave que embala as copas das árvores num campo ermo, num mês de agosto!

 

É assim que me inspiro em outra fonte para traduzir a beleza do que pode ser escrito. E com maestria de um compositor o faço. É a minha arte, sem pretensão de magoar ou ferir!

Em cada poesia que teus olhos vêem há um perfume, como as azaléias do lado de fora da minha janela, que no mês de julho exalam uma mistura de mel e canela!

 

Eu sou apenas um poeta, um artífice,

que na introspecção, lê a vida...

Uns entalham na pedra, eu entalho na

alma...