Me desdenhas, mas no fundo tu me queres
Me desdenhas, mas no fundo tu me queres;
E passaste tanto tempo infeliz;
E te gabas de uma leve cicatriz;
E em teu melhor momento não me esqueces;
E o Senhor que silenciava em tuas preces;
Elevou-te com as asas de perdiz;
E ainda te inebrias com o que diz;
E tua glória te ilude que me feres;
Não sei se nós estamos a morrer;
Pois tardio é o nosso despertar;
Mas agora tens podido renascer;
E abraçados tu me queres machucar;
E não admites o que finges esconder;
Que no fundo tu só pensas em me amar.