*_ EM UM BANCO NA PRAÇA, NO PORTO...

 

 

O manto da cumplicidade, da noite e do dia a dia escondem grandes histórias que jamais serão reveladas a mortais comuns. Não a mim e a você!

Sinto cheiro de amor escondido nas entrelinhas.

Almas unidas pelos segredos.

Dos quais fui um astuto sabedor- cúmplice!

Inúmeras folhas rabiscadas por flertes, por lágrimas de despedidas, fugas pessoais e amor...

É noite e as estrelas coalham os céus

Um vento gostoso no rosto trazendo paz e reflexões.

Estou aqui, sentado na praça...

Lembra-se da velha praça do Natal, aquela do coreto toda enfeitada?

 

Nos meandros escuros das mensagens, só elas decifram seus desejos.

Como uma intimação de saudades imediatas!

Mas disfarçam bem tal intimidade!

Apenas um privilegiado conseguiria vislumbrar parcialmente tais histórias!

Momentos tão marcantes, mágicos, que essas almas esconderam de olhos desatentos, alheios aos flertes, ao desenrolar da história!

 

Amores fluidos que terminam deixando um rastro de paixões não continuadas, escondidas às vezes delas mesmas, por receios.

Você ou eu não temos esse acesso!

Elas se cuidam em deixar dormindo tais sentimentos e até nisso são sorrateiras!

 

Talvez seja sorte de poeta, quem sabe?

Essas almas são dignas da caneta que corre pela folha escrevendo em enigmas o que ninguém conseguiu ver! Essas histórias pertencem apenas aos protagonistas que as guardam dentro de si, a sete chaves!

Sempre fui apaixonado por histórias diferentes.

 

Agora se me permitem caros amigos vou deixá-los, antes de dormir olharei os céus e lhes deixarei um enigma;

Que almas são essas que povoam meu imaginário?

 

E a cidade do Porto dorme...