Recomeço
Conto as verdades
Em mim endurecidas
São as vozes dos choros
Que não consegui chorar
Desejo uma a uma
As lágrimas de cada ferida
Foram tantas tentativas
Mas Não consegui curar
Neste sentimento, me entrego
Alento profundo me consola
Enfim, me reconheço
Nesta fragilidade escondida
Que bom
Deixo brotar a verdade
Desfaço grilhões
Desta fortaleza fingida
Volto a respirar
Recolho os cacos
Não me servem mais
Então, os reparo para cicatrizar
As marcas deixadas
Tantos homens maus
N'alma memórias ficaram
Solidão, vazio e caos
Medo, tão conhecido
Meu antigo inimigo
Não te quero aqui
Não fazes parte de mim
Teima e insiste, és maldito
Mas, aprendo a me olhar
Docilmente aceito
Que posso sim errar
E em tantos porquês
Já tanto faz
Não quero mais responder
Recomeço a me amar
Ventos suaves
Um espaço se abre
E a vida renasce
Sem medo em minha face
Caminho sorrindo
Nas colinas do amor
Bênçãos da chuva
Recebo de Deus com louvor
Suave perfeita canção
Embalam beijos e versos
Constroem poesia
Tão linda nossa paixão
Um homem bendito
Anunciado amigo em espírito
Caminhos em comum
De corações conhecidos
De tempos distantes
Longínquos encontros
Esta união repetida
Em inúmeras vidas
Onde tudo se completa
No calor deste olhar
Amor, alma, corpos unidos
Desde antes até o infinito