Recomeço

Conto as verdades

Em mim endurecidas

São as vozes dos choros

Que não consegui chorar

Desejo uma a uma

As lágrimas de cada ferida

Foram tantas tentativas

Mas Não consegui curar

Neste sentimento, me entrego

Alento profundo me consola

Enfim, me reconheço

Nesta fragilidade escondida

Que bom

Deixo brotar a verdade

Desfaço grilhões

Desta fortaleza fingida

Volto a respirar

Recolho os cacos

Não me servem mais

Então, os reparo para cicatrizar

As marcas deixadas

Tantos homens maus

N'alma memórias ficaram

Solidão, vazio e caos

Medo, tão conhecido

Meu antigo inimigo

Não te quero aqui

Não fazes parte de mim

Teima e insiste, és maldito

Mas, aprendo a me olhar

Docilmente aceito

Que posso sim errar

E em tantos porquês

Já tanto faz

Não quero mais responder

Recomeço a me amar

Ventos suaves

Um espaço se abre

E a vida renasce

Sem medo em minha face

Caminho sorrindo

Nas colinas do amor

Bênçãos da chuva

Recebo de Deus com louvor

Suave perfeita canção

Embalam beijos e versos

Constroem poesia

Tão linda nossa paixão

Um homem bendito

Anunciado amigo em espírito

Caminhos em comum

De corações conhecidos

De tempos distantes

Longínquos encontros

Esta união repetida

Em inúmeras vidas

Onde tudo se completa

No calor deste olhar

Amor, alma, corpos unidos

Desde antes até o infinito

Nadia Voga
Enviado por Nadia Voga em 06/11/2023
Reeditado em 07/11/2023
Código do texto: T7925790
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