*_ MINHAS MÃOS POR ENTRE AS TUAS...

(Sem frio na barriga, sem algo excitante, que graça teria a vida?)

 

 

Quanta doçura você segurando minha mão e ofertando teus lábios como uma tentação que só eu entendia e nossos olhares também...

Ela teve a audácia de ultrapassar os limites, isso a fez interessante aos meus olhos...

Tinha que me conter em não me denunciar ali, no meu recanto sagrado, em beijar tua boca de sôfrego.

Minha imaginação sabia de sua maciez, esse ar de jogadora, que eles, os teus olhos negros e profundos me faziam desejar.

 

Muitas vezes sentei-me diante de ti oferecendo minhas mãos desejando que como Vidente adivinhasse minha sorte em saber o quanto a queria...

 

Ou quanto teus olhos de Castelã da Alta Sociedade e Dama Altiva convidava-me a pertencer ao mundo que vivias, tão perdida de amor por mim estava.

Eras fascinante!

Dizia-me que eu era a visão que sonhara ter nos teus braços. Dei corda a se enforcar muitas vezes em silêncio e fui tua alma amada!

 

Ouvia muitas vezes tua reza baixinho ao meu ouvido, como uma canção febril, do quanto me querias! Que tuas mãos seriam como prazeres a me embalar no linho, na seda e nos sais de banho! Sonhava minhas noites com tuas falas.

 

Venceu meu coração em etapas. Fui tua tortura e tu eras a minha, ainda que por breves momentos. Fostes meu verso proibido, meu pecado.

Hoje estás escondida no meio das rugas que o tempo me presenteou!

Na lúcida verdade, por receio que nosso segredo fosse exposto me afastei de ti, você jamais seria só minha...sua vida tinha outro dono.

E eu não podia perder minha fé, seguindo por este caminho...

 

Embora amasse ouvir você dizer, que eu fora em outra vida e nesta, tua alma mais amada...jamais a esqueci...