TEUS CERÚLEOS OLHOS

Repousa o papel, o tinteiro e a pena

Esperando o que restou de meus ais...

Pelos lábios, face nívea e olhares tais

Dos quais confessavam os Beatos, a volúpia obscena!

Já não há canto, já não há prantos

Os pássaros não acordaram ao alvor!

Esperam talvez o canto do Tenor

E os olhos que se foram, surdos a rogos tantos!

Ah Homero, das Ilíadas! Não narrastes todos os abrolhos!

A impiedade daqueles olhos...

Jamais cantastes essa dor, na Epopeia!

Rogo a Zeus! Prima e conserva

Esta Gema fulgurante, a beleza de Minerva

Ergue o busto em ouro, eternizada! Como as mulheres de Pompeia!

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Observação

“mulheres de Pompeia” no texto, faz referência às mulheres que morreram sob as cinzas

do vulcão Vesúvio, o que fez que ficassem eternizadas como estátuas, não obstante o triste destino!

André da Costa
Enviado por André da Costa em 14/10/2023
Reeditado em 14/10/2023
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