TEUS CERÚLEOS OLHOS
Repousa o papel, o tinteiro e a pena
Esperando o que restou de meus ais...
Pelos lábios, face nívea e olhares tais
Dos quais confessavam os Beatos, a volúpia obscena!
Já não há canto, já não há prantos
Os pássaros não acordaram ao alvor!
Esperam talvez o canto do Tenor
E os olhos que se foram, surdos a rogos tantos!
Ah Homero, das Ilíadas! Não narrastes todos os abrolhos!
A impiedade daqueles olhos...
Jamais cantastes essa dor, na Epopeia!
Rogo a Zeus! Prima e conserva
Esta Gema fulgurante, a beleza de Minerva
Ergue o busto em ouro, eternizada! Como as mulheres de Pompeia!
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Observação
“mulheres de Pompeia” no texto, faz referência às mulheres que morreram sob as cinzas
do vulcão Vesúvio, o que fez que ficassem eternizadas como estátuas, não obstante o triste destino!