TALITA
Azul celeste, paira em teu seio a Estrela D´Alva
A rútila pedra preciosa
Única da manhã - És orgulhosa!
Tal Narciso, luzido no romper da alba!
Em teu despontar, aponto as epopeias
D´um fulgor maior, porém eclipsado
Ó olhos ilibados do pecado
Cerrados, jazem em pompa de rosas e azaleias!
Soa qual trovão a voz que clama - Talita!
E do seol, a joia em nenhum cálamo descrita
Fulge além da Estrela D´Alva, mitigando a soberba de Narciso!
Homero, Ovídio, Virgílio
Jamais a poesia descreveu d´um lírio
A beleza augusta e primaveril de tal sorriso!
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O texto faz referência à filha de Jairo, Talita, de 12 anos, ressuscitada por Jesus, que lhe sussurrou - "Talita cumi", que em aramaico quer dizer "levanta-te, menina"
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Observação
1 - “cálamo” - Escrita onde se usavam a pena e o tinteiro
2 - “seol” - Sinônimo de “sepultura”