VÊNUS DESPIDA
Eleva a fronte
As estrelas não vertem pranto!
O orvalho é o beijo sacrossanto
Minha ousadia, a barca de Caronte!
Sim, ousei! Meus lábios intentaram o toque!
Tez d´uma Deusa coibida...
Tombou-lhe a candura - Vencida
Rasgaram-me as prosas junto as Escrituras de Enoque!
Minha culpa! Pousaram ao busto olhos que se perderam...
Como Da Vinci e Renoir cederam
Aos afrescos e pinturas que não tem vida!
Ah! Fosse apenas o som da lira!
O soar das palavras vãs de quem delira...
Jamais o cálice ardente, a Vênus Despida!
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Observação
1 - “barca de Caronte” - No texto faz analogia a algo perigoso, segundo a mitologia, algo como “embarcar para o mundo dos mortos”
2 - “Escrituras de Enoque” - Faz analogia no sentido de “ser um segredo", ocultado durante séculos na história
As “prosas” e as “Escrituras” citadas seriam ambas um segredo, apesar de nada terem em comum
3 - “Vênus Despida” - Também conhecida como Vênus Desnuda” ou “Vênus de Milo”, foi uma escultura da Grécia Antiga tida como ideal de "beleza e tradição clássica"