Amo
Amo.
Amo demais, amo certo,
amo errado, amo calado
e depois me arrependo
a dor nascendo…
melhor não amasse?
Amo perto, amo longe,
impossível ou provável;
amores de início se tornam atores –
desenrolam complexo, sem remédio.
Amo pelo hoje e pelo amanhã.
No passado amei; culpado coração,
à beleza o convite
não mais perdeu de vista.
Amo mesmo em meio à completude,
pois amor não satura, nunca é tarde
para dilatar as recâmaras
do músculo de quem, indefinidamente,
ama.