Imperativo Amar

Amar

com a sede do estio

sofrendo a ausência da nuvem

na agonia do rio.

Com o desejo da fome

que, instintiva e louca,

guarda a lembrança do pomo

insalivando na boca.

Amar

de maneira irracional

com as vísceras famintas

desse amor substancial.

Rasgar a pele da roupa

num frenesi animal,

sentindo os dentes na carne

e a língua lambendo sal.

Amar

é imperativo,

necessidade vital!