CARTA A UMA DEUSA DO OLIMPO

Ó avidez! Não me bastam os Campos Elísios!

Suspiro pelo toque primaveril

O olhar da menina-moça, eterna tarde de abril

Não levaram inda o perfume, suaves ventos alísios...

Nega-me a paz do pássaro encarcerado

Que esqueceu o esplendor infindo...

Açoitam-me os contornos, que a luz delineia despindo

Joga-me ao vinho, entre taças o ébrio tresloucado!

Invejo a Teceu, que desceu a Geena

A láurea de sua conquista - Helena!

Forjo minh'alma no brio e na coragem de Esparta!

Apontarei, desse escuro horizonte, tártaro sombrio

O Verso Maior de todas as odes - Meu desvario!

Leva-o, pomba branca, deita em níveas mãos a minha carta!

==========

Observação

1 - “primaveril” no texto está no sentido de “juvenil”

2 - “Teceu” - Rei de Atenas, sequestrou as filhas de Zeus, dentre elas, Helena

André da Costa
Enviado por André da Costa em 09/04/2023
Reeditado em 09/04/2023
Código do texto: T7759340
Classificação de conteúdo: seguro