CARTA A UMA DEUSA DO OLIMPO
Ó avidez! Não me bastam os Campos Elísios!
Suspiro pelo toque primaveril
O olhar da menina-moça, eterna tarde de abril
Não levaram inda o perfume, suaves ventos alísios...
Nega-me a paz do pássaro encarcerado
Que esqueceu o esplendor infindo...
Açoitam-me os contornos, que a luz delineia despindo
Joga-me ao vinho, entre taças o ébrio tresloucado!
Invejo a Teceu, que desceu a Geena
A láurea de sua conquista - Helena!
Forjo minh'alma no brio e na coragem de Esparta!
Apontarei, desse escuro horizonte, tártaro sombrio
O Verso Maior de todas as odes - Meu desvario!
Leva-o, pomba branca, deita em níveas mãos a minha carta!
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Observação
1 - “primaveril” no texto está no sentido de “juvenil”
2 - “Teceu” - Rei de Atenas, sequestrou as filhas de Zeus, dentre elas, Helena