O desamor

Nas fronteiras do espelho de si, está o outro

O outro que carrega nossos sonhos e anseios

Que confunde nossos ideais e desejos

Que nos transporta para a infância de novo

No acalento do abraço, vai se desfazendo o apego

A mão se desprende, livre e solta

Os olhos vão se perdendo do começo

O fim daquele caminho não há mais volta

Na pele, falta a falta

Mal acompanhada pela solidão

Transparecendo o medo que maltrata

Ludibriada pela foránea desilusão

E o que sobra depois do desamor?

Retalhos de saudade, com ambígua dor

Frechas de silêncio e de rancor

Vazios enérgicos em busca de um novo amor

E quem peca nessa descabida expectativa?

Você, que colocou os obstáculos

Ou eu, que criei os caminhos errados?

Será mesmo pecado desejar, sendo essa nossa única alternativa?

Larissa Vianna
Enviado por Larissa Vianna em 30/01/2023
Código do texto: T7707106
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