Ventania

Era como a brisa de um vento sem luar

Seus olhos sem explicação

O temor do olhar. Estático

Fiquei a lhe fitar, sem reação.

Assim, sem beijo, sem movimento

Sem dimensão. Flutuávamos em oceanos invisíveis

E submersos, ríamos das conchas e corais

E dos mistérios deixados para trás.

Plainando nos cérebros dos anjos

Correndo pelos giros e cíngulos de cristal

Como crianças sem par

Como crianças, corríamos sem saber onde chegar.

Mas um dia chegamos.