Túmulo

Tenho alguns problemas, um deles é ser eu.

Não consigo respirar, teu perfume me sufoca devagar.

Na verdade é o medo de te perder, é tão abundante e escasso ao mesmo tempo.

Tenho fome, mas nem a tua boca preencheria esse vazio enorme do teu tamanho.

Não consigo enchergar, esse Rio que reside em meus olhos é intenso, que transborda para fora em toda hora.

Minhas mãos não tenho, me livrei delas quando percebi que não podia mais te tocar.

O meu corpo?

Ahhhh, o meu corpo!

O meu corpo virou túmulo dos teus medos, carrego as minhas dores, que na verdade não são minhas, mas tuas.

Teus olhos me consomem como fogo aceso no deserto, tão quente, tão bom.

Meus dedos tentam alcançar a tua boca, a minha voz ficou roca, sinta a minha pele fria e lembre-se de nunca me esquecer.