Saudades em Gotas.
Poema feito para minha mãe que se encontra no céu. As vezes a saudade bate, então, escrevemos para guardar de lembrança.
Éramos rios que transbordavam em meio a beijos e a amamentação. Cochilava em seus braços e com o tempo, o peso, a arte e a vontade de crescer nos fez ficar mais distantes. Nem tanto, mas, distantes.
O mundo foi nos tornando distantes, nem tanto, mas, distantes. Eu cresci e a apreensão também. As brigas pelas ruas e os machucados eram seus temores.
Mas, temi em crescer. Você me via com ternura e ao mesmo tempo apreensão, mas, temi em crescer. As águas dos rios tendiam a desaguar em novos olhares, pela cor e rebeldia. Você compreendeu.
Mas, cismei em crescer. Os olhos da juventude chegaram e agora se inverteram as preocupações, você mais frágil, eu habilidoso nos fez ficarmos mais próximos.
Nem tanto, mas, fez.
Os rios deságuam em preocupações, não dormia, pois, em meus pensamentos seus dias tornavam-se menores, os meus seguindo a rotina da vida e a saúde nos dando sinais de alerta.
Mas, você cismou em se preocupar conosco.
Assim, os rios começaram a secar, você dava sinais de sede e nós não conseguimos te alimentar de amor eterno. Mas, teimamos em chamá-la de eterna.
E o rio secou, as gotas germinaram em saudades, os ventos em dizeres e nosso ser convive numa mistura de ternura e desejos de retorno. Mas, a vida cismou em continuar com gotas de saudades.
Hoje, permanecemos alimentados por gotas de saudades em lembranças eternas.