Deitar-se em Segredos.

Deitou-se em carisma, acordou com sinais vitais revestidos de esperança. Os olhos deitam em aromas que impregnam os corações alheios. Percebeu-se que eram somente sentimentos alheios.

As chuvas que caem revestem os solos áridos, transformam as flores mortas, em gotas de suspiros. Percebeu-se que as flores eram de plástico.

O poeta insatisfeito, rabiscou a planta, a queimou com seu cigarro e bebeu seu último vinho, antes de cortar as flores que revestiam seu ser de esperança. Gostas de raiva sobrevoaram aquele inconsciente.

Os poemas ficaram pobres, os versos não nos fazem mais chorar, nossos objetivos ficaram presos a respostas antes mesmo das perguntas. São versos controlados.

Os poetas voltam a deitar sobre os ombros do passado, projetando sonhos futuros. Os poemas já não trazem mais esperanças. Estão soltos em aromas perdidos em ambientes acadêmicos. O poema virou moda.

Hoje, deitar-se em versos não nos diz nada além de um simples rabiscar de canetas gastas pelo tempo conservador. Os poemas estão presos ao inconsciente dos analfabetos.

Ao perceber isso, o poeta voltou-se para o mestre e deitou sem nem dizer um adeus. Estamos presos no tempo presente, esperando o passado dos poemas. São pessoas afogadas em seus próprios versos e segredos.

Wagner em versos
Enviado por Wagner em versos em 19/10/2022
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