Dama de vermelho
Não era o teu vestido, não era
Mas vermelha estava e não era rosa
Mas macia estava e não era flor
Mas teu cheiro estava impregnado no meu corpo
Mas você não estava lá
E ao mesmo tempo estava
A dançar paralizada, a olhar-me cegamente
E tocar-me, mas sem dedos
Eram teus pés irreais que dançavam no meu peito
Eu era chão, era o vão entre os dois mundos
E em nenhum você estava
Nem no verso calado, nem na convulsão premeditada
Nem no tremor dos lábios
Nem em mim você estava.