*_ UMA CONVERSA ENTRE CORPO E ALMA..

(Mensagem, 14 de Maio de um ano qualquer)

 

E a Senhora da Vaidade me enfeitiçou com sorrisos, quando nossos olhares se cruzaram.

Vimos a névoa do desejo bailar dentro de sua íris.

A dama sem perceber fez o nosso jogo de inocência, e a deixamos imaginar que era ela que iria dar as cartas.

Nos fez aos poucos sonhar com feitiços que ela prometia baixinho, só para nós.

Ali, no nosso espaço.

Como o ferro atraído por um ímã, escutavamos com o coração acelerado por esse desejo louco, sem nos desvencilharmos.

O perfume dela nos arrebatou como só o vinho faz.

E vivemos por entre as verdades que fingimos ser mentiras. E em meio ás palavras escondemos o que sentimos.

De que, também nós fomos dela, alma amada!

Do quanto a dama foi dona dessa nossa pele.

E nós, dos seus pontos energéticos.

Claro que tivemos o cuidado de disfarçar essa paixão.

Houve alí, uma história de beleza, perfume e fogo. Se recorda minha alma?

Do quanto a achávamos linda? Perfumada!

Forte, cabelos fartos, experiente, olhar profundo!

Uma jogadora.

O fascínio dela sobre nós, nunca conseguimos esconder, embora tenhamos tentado.

Fomos cúmplices e cúmplices de nossas vontades, com ela.

Entre corpo e corpo, alma e alma.

Então, por que só agora tem se martirizado querida alma?

Em pleno auge de nossa beleza e força não pensamos, hoje eu sei!

Mas tudo aconteceu noutra época, tão longe.

 

Um dia, a saudade dela se fez presente no meio de maio, se recorda?

Um mês especial, um aniversário talvez.

Queria nos ver, uma inflexão forte, quase uma imposição disfarçada naquela mensagem privada, sutil, que ali houve algo mais que meros momentos.

Não tinhamos como disfarçar.

Era uma saudade imperativa, de que houve uma cumplicidade! Uma história.

Nós queríamos fugir, se lembra minha alma?

Não mais viver ou recordar o que passou.

Ter outro coração para sonhar, que estava ali

a namorar-nos. Ao nosso lado.

E simplesmente a bloqueamos.

Anos depois, desfizemos para olha-la vez ou outra. Almas são deveras fascinantes, quando as tocamos!

"Amor é amor, e para o outro coração que ali estava, isso bastava."

 

Dama da noite, dama da noite que fizestes com essa minha alma e esse corpo meu tão repletos de débitos a quitar?