*_ ATREVIDA...(SFACCIATA)
"estou com saudades quero te ver!"
E havia um quê de atrevimento em seu olhar que despia todos meus segredos. Senti em mim, uma ponta de perigo misturada com vontade que tudo acontecesse.
Mas fingia para mim, não perceber isso.
E me vi sem conseguir libertar-me dentro do seu olhar.
De repente entendi que era tão fácil me perder dentro daqueles olhos.Havia neles um doce tom para o amor, e o fogo da sedução.
Certamente ela leu minha aprovação, talvez em minha voz insegura diante da sua presença, sentiu seu domínio.
Era senhora de suas investidas.
Dama da Alta Sociedade, sua corte estava na iris que me fascinava.
Nossos olhares eram tão sutis, nossas vontades de comum acordo silenciosas, passava despercebido de todos.
Tentei fugir.
Me fiz de inocente, já que ela estava a conquistar-me com aqueles olhos de gata...
Falava ao meu ouvido de carinho sais, banho e lençóis de seda, febril sonhava eu a noite com cada sílaba, após o trabalho.
Moça atrevida que com sutileza deixava um toque aqui, outro ali. Certa feita chegou a dizer que fui dela em outra vida.
Eu por minha vez lhe contava histórias fascinantes de mundos espirituais.
A ladra então, num momento de distração minha, roubou meus beijos ao passar por ela.
E eu adorei a maciez dos lábios de amor, que agora eram meus.
O tempo correu...
E um dia se sentou estupefata, percebeu incrédula que havia me perdido. Eu docemente virei poesia e deixei, saudades escritas no seu corpo.
Com mel na alma e mel na boca.
O que ela nunca percebeu foi que, diante de todo seu atrevimento.
Fui eu quem aprisionei sua alma...