A rosa e o colibri

(Poesia que ganhou o terceiro lugar no I Concurso de Poesias promovido pela Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora – M.G.)

Uma rosa se apaixona

Por um belo colibri

E no enlevo da paixão

Desabrocha... e lhe sorri!

Então, na linda roseira

Pousa o colibri encantado

Mas pequeno espinho lhe tira

Uma gota de sangue encarnado

Mescla-se o sangue à rosa

E tinge a flor delicada

Cor rubra do amor revelado

Pela ave descuidada

A rosa estremece no galho

E num arroubo de carinho

Encharca com seu perfume

As asas do passarinho

O céu já não o fascina

É prisioneiro do amor

Encantos de uma roseira

Que fere o beija-flor

As pétalas desprendem da rosa

Vão ao chão devagarinho

Como lágrimas de Nossa Senhora

Caindo bem de mansinho

A flor de tons desmaiados

Inebriada de amor

Com o sangue do colibri

Tornou-se vermelha na cor

O pássaro, por sua vez

Traz igualmente um sinal

Seu peito tingiu-se do verde

Das folhas do roseiral

Dizem que o colibri

Não sente prazer em voar

Passa os dias na roseira

Num doce afã de sonhar

A avezinha e a rosa

Na dor selaram a paixão

Mistérios de um amor descoberto

No jardim do coração

Roseli Verene
Enviado por Roseli Verene em 22/05/2022
Código do texto: T7521690
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