A rosa e o colibri
(Poesia que ganhou o terceiro lugar no I Concurso de Poesias promovido pela Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora – M.G.)
Uma rosa se apaixona
Por um belo colibri
E no enlevo da paixão
Desabrocha... e lhe sorri!
Então, na linda roseira
Pousa o colibri encantado
Mas pequeno espinho lhe tira
Uma gota de sangue encarnado
Mescla-se o sangue à rosa
E tinge a flor delicada
Cor rubra do amor revelado
Pela ave descuidada
A rosa estremece no galho
E num arroubo de carinho
Encharca com seu perfume
As asas do passarinho
O céu já não o fascina
É prisioneiro do amor
Encantos de uma roseira
Que fere o beija-flor
As pétalas desprendem da rosa
Vão ao chão devagarinho
Como lágrimas de Nossa Senhora
Caindo bem de mansinho
A flor de tons desmaiados
Inebriada de amor
Com o sangue do colibri
Tornou-se vermelha na cor
O pássaro, por sua vez
Traz igualmente um sinal
Seu peito tingiu-se do verde
Das folhas do roseiral
Dizem que o colibri
Não sente prazer em voar
Passa os dias na roseira
Num doce afã de sonhar
A avezinha e a rosa
Na dor selaram a paixão
Mistérios de um amor descoberto
No jardim do coração