NOITES ENCARDIDAS
Tem horas que a alma expressa
O que coração sente,
É beber o vinho em meia poesia
Sentindo um pouco de alegria,
Disfarçar que a porção da amargura
Deixa rastro em qualquer sentimento,
É entregar sem ter medidas dando
Asas à imaginação!
É o corpo lançado a exaustão,
A mente está travada,
Laços que prenderam as mãos.
Os olhos se perderam no assanhamento
Das noites encardidas,
O pouco que restou ainda com vida
Dói junto com a solidão!
Meus olhos se fecharam em dias
Em que o sol se põe a brilhar em vão,
Corroendo por dentro mexe um
Labirinto sem resposta,
Sinto alvo repetido em noite
De lua nova,
Armando a cama sem o colchão!
Sinto-me no paraíso cercado
De emoção,
Os pensamentos não foram
Esquecidos nem as palavras
Lançadas ao chão,
Achei em teus braços abrigos
Em tua ausência a metade
Do meu coração!