AMOR FUNESTO
Traga-me o conforto hediondo
De amar e não ser correspondido,
Que somente atroz posso receber,
Na calada da noite sombria
Detrás das cortinas coloridas pela lua.
Desate as amarras de meus pulsos
Feroz alguém que habita além de mim,
Quando eu puser minhas íntimas escolhas
Além dos meus pulsantes ardores,
Oniscientes além dos meus olhos escuros.
Abristes caminhos obscuros interiores,
Tão longos quanto os abismos a nos cercar
Em quem te soltastes as mãos depositastes
Toda a sua fúria animalesca e febril
De paixões ensandecidas presentes nas mãos.
Morres, morres falsa imensidão cósmica,
Com promessas multicores intermitentes
Desprezou veemente o desejo incólume,
Pela profanação de amar sem ter
E ter tido algo além do que merecia.