Cravo do amor
Ah aqueles cravos vermelhos
Cravados em minhas lembranças
Semeados por minha mãe espelho
Em velhos caixotes de madeira
Adornaram meus sonhos de criança
Ficava hipnotizada horas inteiras
Admirando cada fase do seu crescimento
Quando ele rompia da terra roxa fecunda
a semente grudada em seus raminhos
Fazia carinho aos meus olhos ramelentos
Depois vinha a chuva generosa
Molhava o solo sedento
E o canteiro todo assoviava
Uma canção de ninar
Na primavera cresciam os botões
Depois desabrochavam as pétalas
seu perfume espalhado pelo vento
Entrava pelas frestas dos sentimentos
Nunca mais pude esquecer
O teu cheiro, mãe cravo do amor.
Benvinda Palma