CEGUEIRA IMPREENCHÍVEL
Nem sempre se ama
Quando queres amar.
Nem mesmo aplaina
Os rumos a desatinar.
Fruto amargo experimentado
Doce fel aos desiludidos.
Nem sempre o ser é amado;
Doentia sina do olhar destituído.
Destituído de sorte e de graça
É o mosaíco que se desprende
Para poder desmoronar a farsa
De que o amar é sempre ardente.
Nem sempre o gostar
É realidade alcançada.
Uma misantropia a soltar
É a visão desolada.