Devaneios
Na hora do banho,
Minha carne desnuda,
É silêncio!
Eu, devaneios.
Em criação de figuras,
Minha tela dorsal silenciada,
É ensaboada,
Na hora do banho.
Dando vazão aos meus pontos de embaraço,
Como se eu fosse arte cubista,
Silenciosamente,
Na hora do banho:
Eu, devaneios...
Quando em mim pincelas os tons lascivos de tuas cores,
Eu silencio,
Ouço, pelos olhos frenéticos,
Toda a respiração que me descompassa:
Eu, devaneios .
Há a permissão de um gorjeio,
Nos braços teus,
Para suavizar a falta sonora
Que me conduz aos teus delírios criativos.
Sonorizas em mim
pelo calor do teu tato
em proporção de segundos
E eu tão sem resposta, gosto deste conflito.
Infringindo leis e devaneios
acolho-te entre minhas pernas
para te proteger do frio...
e entre arrepios,
escapa-me algo
que te fazes comprensadas
mãos que me afagam...
Neste instante tento
fugir e na fuga
esqueço o momento e deixo
a ação transmitida
fluir além de mim.