DOR LENTA
Não há medida para o tempo
Cálculos incontáveis de dores
Intrépido silêncio me abraça
Medo do dia seguinte morrer
A alma transformada em pó
Mãos vazias de coisas inertes
Estéreis momentos de versos
Que lacrimejam a dor excessiva
No âmago de tudo há um nada
Aguardando o livro de minha vida
Confesso que não há caminhos
Somente atalhos perdidos
Nas profundezas do destino
Que me impulsiona aos
Olhos cerrados e acabados
Tecido da vida de cor preta
Mortalha de dias e noites
Choradas em prantos amargos
Plenitude há em outro lugar
Sem frutos pesados nem flores mortas...
Luiza De Marillac Besssa Luna Michel