RECANTO DAS PAIXÕES
Quanto tempo tem um tempo,
Para que possamos ter tempo!
Passa toda molhada envolvida
Na toalha cheia de espuma,
Em câmara lenta encharca o ar
De seu perfume,
Os cabelos balançam em direção
A janela do quarto,
O vidro do espelho reflete teu
Corpo ainda embasado
Com as marcas de batom.
Os recantos das nossas paixões,
Sejam entrelaçadas da cor
Do colchão onde dormimos.
As grades da nossa cama sejam
As testemunhas oculares do amor
Noturno,
A nossa respiração continue
Ofegante e silenciosa.
A arte da vida continua a pintar
A nossa história,
Quando os pedaços de cada um
De nós venham a reclamar
Das saudades,
Precisamos estar juntos
Para conquistar a nossa liberdade.
Se acontecer de ficarmos cegos
Um pelo outro,
É necessário andarmos unidos
Para que possamos não perder
A razão.
Entrando a noite escondemos
As nossas falhas antes de dormir,
O que falamos por detrás das paredes
Ninguém possa ouvir,
As luzes dos nossos quartos só
Acendem em nossos dias,
Mas o sol que brilha forte lá fora,
Aproveita também a imagem
De uma pequena lua no céu!