SEM VOZ, NEM VEZ...
Depois eu choro pelo amor que perdi.
Eu experimentarei uma saudade doce.
Vou sentir, depois, o gosto das coisas
Boas que fizemos juntos. Vai me ferir.
Passarei os dias quieto, escondido das
Lembranças de nós. É que me rasga a
Alma pensar no fim; me dói um ermo de
Ave que perdeu o seu ninho nos ventos.
Em mim, depois de nós, restou escasso
Traço de razão; não me atrai uma nova
Paixão, nem preciso ou busco, eu curto
O paladar de saber sofrer de amor findo.
A falta de um amor vai devorando a vida.
E até abeirar-se o fim de fato; desistimos
De muitas coisas e de nós mesmos pelos
Caminhos. E vivemos sem voz, nem vez!