SEM VOZ, NEM VEZ...

Depois eu choro pelo amor que perdi.

Eu experimentarei uma saudade doce.

Vou sentir, depois, o gosto das coisas

Boas que fizemos juntos. Vai me ferir.

Passarei os dias quieto, escondido das

Lembranças de nós. É que me rasga a

Alma pensar no fim; me dói um ermo de

Ave que perdeu o seu ninho nos ventos.

Em mim, depois de nós, restou escasso

Traço de razão; não me atrai uma nova

Paixão, nem preciso ou busco, eu curto

O paladar de saber sofrer de amor findo.

A falta de um amor vai devorando a vida.

E até abeirar-se o fim de fato; desistimos

De muitas coisas e de nós mesmos pelos

Caminhos. E vivemos sem voz, nem vez!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 07/11/2021
Código do texto: T7380677
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