PORQUE TE AMO?

Por paragens longínquas

Me aventurei com afoiteza

Onde o ar é mais doce e mais leve

Onde o sol brilha com outro encanto

E delicadeza.

Nas pétalas rubras

Duma papoila irrequieta

Quedo-me ausente

Nos meus dias longos sem ti

Sacudidos pelo vento suão

E a úlcera implacável com porfia

Ferrando o canino

Sem apelo nem agravo

No meu indefeso coração.

Renovo-me em cada lua

Em cada restolho

Em cada dia

E pergunto aos astros

ao cosmos a Deus e ao diabo

porque te amo!

Te amo e nem sei explicar porquê

E eles também não

Logo eu

Que tenho um manancial

Onde as palavras sobram

E assim sem saber dizer

E o que fazer

Com as palavras a mais

Só e apenas sei que te amo.

A cada ano,

Dia, hora, minuto e segundo,

Cada vez mais.

Meu peito expande-se

E torna-se pequeno

Para albergar o incomensurável amor

Que deu lugar a este mar

De águas vivas todo o ano !

©Maria Dulce Leitão Reis

25/09/15

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 30/09/2021
Código do texto: T7353577
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