Chuva Lá Fora
Chuva Lá Fora
E meu rosto aqui molhado
Com os pingos da tempestade
Da minha alma sofrida
Acreditei no personagem
Que falava de amor
Das coisas do coração
Do que mais queria ouvir
Com tanta exatidão
Tinha a sutileza de predador
Eu desatento como a presa
De peito aberto sem defesa
A flecha certeira atravessou
Meu indefeso coração
Cupido vesgo travesso
Eros embriagado na sua porção
De amor se lançou sobre mim
Agora estou perdido sem saída
Caindo de um avião sem paraquedas
O que eu faço nessa minha vida ?
Pois nem sonhava em preto e branco
Agora tem uma aquarela sem dimensão
O pior que gostei dela do jeito
De se fazer entender sem falar
Da face rubra se algo maroto perguntar
Dona dum sorriso bonito
Dengosa sonhadora verdadeira
Alegre triste melancólica
Dona de uma áurea colorida
Com jeito gosto que da vontade
De abraçar, cheirar, beijar
Minha alma manda correr dela
Me coração correr pra ela
Não aguento mais chorar
Nem ser triste um dia mais
Pois já fui meu passado inteiro
Sempre corri na chuva pra esconder
Minhas lágrimas tempestuosas
E lavar os machucados da alma
Eu acreditava que todos os pingos de chuva eram feitos de lágrimas
E as noites das minha solidão
Eu nunca experimentei o amor verdadeiro vindo na contramão
Esse sentimento sempre partiu de mim jamais devolvido por ingratidão
E ontem eu nem sonhava mas um sorriso com boa noite,
Nem sei como dizer roubou meu coração.
Ricardo do Lago Matos