UM CORAÇÃO QUASE MEU

Ela se dá de bandeja e que ninguém nos veja sem edições ou cortes,

Fortes emoções, paixões e insanidades, intimidades irrestritas, ditas

E subentendidas, nossas feridas parecem enterradas, curadas, sorte

Que tanto nos faltou e agora sobra, dobra, ninguém sabe até onde irá.

Espetáculo para maiores, embora só para dois, depois assistiremos,

Nos diremos arrependidos sem de fato estarmos nem aí, peraí, não é

Bem assim, pobre de mim, desmascarada e tão feliz, diz como é bom

Encontrar aquilo que nos fazia falta, pauta para uma noite de conversa.

Finalmente aceitarei o café oferecido e esquecido quente lá no fogão,

Serve pão amanhecido com geleia, lobos fora da alcateia e com fome

Pouco dormem se não caçam e comem, só dormem de barriga cheia,

A ceia não poderia ser melhor preparada, temperada, regada a vinho.

Desalinho o cabelo, ajeito o travesseiro, faço de conta que vou dormir

Só para você pedir para adiar o sono, não lhe deixar no abandono frio

Desta madrugada de inverno, alterno beijos e carícias, outras delícias,

Mesmo foras do cardápio, me sinto larápio desse coração quase meu.

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Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 02/08/2021
Reeditado em 17/08/2021
Código do texto: T7312762
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