SPAM

Virei spam, Djavan é o que toca no rádio, presságio de um dia frio,

Um vazio que dobra as esquinas, fecha as cortinas e fica na cama

Esperando o sono, fui dono daqueles lábios que já se esqueceram

Do toque das línguas, das mordidas, das feridas que me deixaram.

Não existe cura, infinito enquanto dura e nem um dia a mais, levou

Tempo para aceitar, continuar a busca quando nada há para achar

De valioso entre o gozo que se esgota e a rota de fuga, tanto suga,

Que deixa exausto quem insiste em lembrar, flertar com o passado.

Tem um bom lugar para ler um livro passando esta porta, cruz torta

De São Francisco, arrisco dizer que a capa é azul, que no sul neva

Ainda mais forte neste inverno, um sonho paterno batendo no peito

E aceso como a fogueira na calçada, gente apaixonada nos becos.

Enxergo maravilhas que diziam não existir e que são nossas, roças

Férteis aguardam sementes, arado, cuidado, quem enfrente o calor

E a enxurrada, ganhe calos de enxada e sorria assim mesmo, deixo

Aqui este segredo coberto de poeira, que mal dá para ver, mas, leia.

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Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 30/07/2021
Reeditado em 30/07/2021
Código do texto: T7310750
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