Entre a mulher e a menina
Esta mulher que ainda te deseja é racional
Sabe que o tempo e o destino são cruéis
Que cada um tem na vida os seus papéis
E quase sempre o sonho de amor é irreal.
Mas a menina que em mim ainda te ama
Ingenuamente crê num amor inesgotável
Não compreende que ele seja inaceitável
E vive a soprar pra reavivar a sua chama.
Entre a mente da mulher que é pragmática.
E o coração tolo dessa menina indiscreta
Existe a força de vontade mais concreta
Pois a razão é sempre incisiva e dogmática.
Ela incute em minha vida uma disciplina
Me faz pensar que sentimentos são volúveis
E os problemas que nos causam, insolúveis.
Deixam-nos marcas e magoam em surdina.
Logo aconselha-me à ilusão ensurdecer
Mas se ela cala o coração se insubordina.
E sempre sujeito aos comandos da menina
Provoca anseios no meu corpo de mulher
Adriribeiro/@adri.poesias