Dá cá a rua que tu vives

Dá cá a rua que tu vives

e onde me pousa um suspiro em cada moita

pois as mangueiras daqui fecham estrelas

e toda a luz que aprendi, que graça tinha?

Dá cá a rua que tu vives

E onde o chão é feliz mais do que sente

Cá o morro que corre a água entreva

e o poste que brilha a noite mente.

Dá cá a rua que tu vives

Pois me ferve no peito a calmaria

Ateando a meu mando uma esperança:

lampiões sob um mar de ser contente.