ABRI MEU CORAÇÃO
Sento-me á beira do mar
Meu eterno confidente
Olho absorta a imensidão das águas
Que tocam a linha do horizonte
Os olhos começam timidamente a chorar
E acabam por se rasgar
Numa verdadeira hecatombe
E uma onda ligeira
Corre para me consolar
Com seu lenço de espuma bordado
Por alguma exímia bordadeira
Tenta minha dor secar
Como se fosse possível, secar a fonte.
- Abre teu coração
E deixa saír as mágoas
Não aprisiones o que não te faz bem
O vento apercebeu-se do meu sofrer
Aproximou-se de mansinho
Beijou os meus cabelos
Fez tranças e caracóis
Com tanta ternura e carinho
Até a noite acabar
E quando acordou o amanhecer
Estava todo em doce desalinho
Eram os meus anelos
Á sombra dos meus sóis
Á medida que o vento
Afagava os meus cabelos
Fui ficando mais calma
E um profundo bem estar na alma
Mas o coração ainda pulava de aflição
Houvera sido humilhada, ofendida maltratada
Esquecer ofensa não é fácil não
Mas quando o coração
Está cheio de incondicional amor
Rezo a Deus uma oração
Com muita fé, pureza e fervor
E esqueço aquilo que não tem valor
E só dou importância
Á doçura boa que adoça o coração
O amor que sinto por ti meu amor!
©Maria Dulce Leitao Reis
Copyright 07/06/15