MULHER SURREAL

Ela gosta de flash, Johnny Cash, bang-bang, de tudo que é retrô,

Só come e fala besteira, me faz comer poeira em matéria de arte,

De qual parte do mundo ela é, não sei, gamei com poucas frases,

Talvez, pelo jeito, cheiro ou um certeiro choque de ideias, toques.

Ela é bela, congela minhas reações e me deixa com cara de bobo,

Baba-ovo, homem de meia-tigela, apela para todos seus atributos,

Não deixa margem para interpretações com inflexões categóricas,

Retóricas que não me atrevo a contestar, vou anexar os protestos.

Ela é muitas em uma só, não tem dó de quem quer que seja, veja

Ela em ação, coerção é apenas o início, daqui ao precipício serão

Apenas mais alguns passos, erros crassos levam para a perdição,

Peço perdão por múltiplos pecados e agradeço por morrer em paz.

Ela não pode ser real, surreal imaginar que fosse, doce, mas, fatal,

Nenhum mal tornar-se vítima, quem se importaria, haja enfermaria

Para tantos acidentados, apaixonados cidadãos quase exemplares

Em matéria de conduta, a luta contra a perdição parece-me perdida.

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