Odiar-te, como posso?
Odiar-te, como posso?
Se morei dentro de ti,
E tu, amado meu, dentro mim!
Fantasia que não se apaga, não tem fim.
Tu não irás encontrar pela vida afora,
Amor tão forte que quando chora,
Sangra e fere meu peito, ó olhar marmorizado!
Espadas cruéis são as lembranças do que foi sonhado!
Da vida tu roubaste o encanto,
Pois o que era gozo, ardente e vibrante,
Afoga-me no mar da tristeza, cheio de pranto.
Quem me dera ser gelo, granito.
Com o coração talhado em mármore,
E tu vaga lembrança dentro do meu infinito.