Autofagia
Na vida, cabe morte, o resto sobra
Pois as pontas quebram e o peso afunda
O fundo da dor só fica menos raso, nunca alcança a ambição da profundidade
A dor é soberba por se assumir descusadamente como um sincretismo sui generis
Entretanto, trata-se apenas de um grilhão nada particular a ser suplantado
A paixão buliçosa no peito, orgânica, insculpe-se quase que ascética
E, in absentia, logra salvaguardar a sujeição do homem ao caos
Essa é a sua burlesca tarefa cíclica sem a aquiescência do homem
Ulteriormente, porém, é possível compreender o algoritmo vil
Essas peças se encaixam para nunca mais se soltar e, assim, distrair
Um mise en abyme prenhe de enganos coniventes com a morte do homem réu