O gato sob a ótica de um apaixonado

É por isso que eu escolhi dizer que te amo sempre que sinto,

Porque quando a noite cai, eu sinto o ardor do silêncio.

Porque quando eu vejo da janela,

Avisto a solidão do gato no terreno baldio, sob a luz do poste,

vagando à procura de algo maior que eu.

Algo que eu desconheço completamente.

Porque quando eu grito em mim que te amo

O som é o intervalo entre a luz da lua e a brasa do cigarro que dou vida.

É o chirriar da coruja e a dúvida se a música que escolhi

Será de fato tocada por eu ter dado o play sem a suficiente cautela.

Quando eu digo que te amo,

É porque eu não sei se sou o felino na solidão da noite.

Eu sou o frio

Eu sou a luz,

O poste

O fogo que arde em meu peito

A paciência da espera

A distância da saudade.

Quando digo que te amo

É porque já não posso esperar para dizer,

Que estar em tua companhia é a mesma coisa que viver.

Viver da noite, caçar a presa e ser feliz simplesmente pela satisfação de ser útil.

Porque estar ao teu lado é ser a própria sorte e ser feliz com isso.

Na rua poética dos meus sonhos

Na minha solidão,

Eu não canso de pensar na felicidade de estar aqui,

Sob a luz de satélites naturais

E sob a sépia luz da Celpe.

É que eu não canso de pensar que o passeio do gato na escuridão dos logradouros

Seria apenas uma cena irrisória

Caso eu não houvesse encontrado você em meu mal iluminado caminho.

Henrique Miranda
Enviado por Henrique Miranda em 19/04/2021
Reeditado em 19/04/2021
Código do texto: T7236337
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