O isolado

Da janela vejo o sol nascer e se por
Árvore frondosa florescer
Mas um sol quadrado preso ao amor
E a invadir gradeado entorpecida flor. 

Ouço Ave-Maria de Gounod
Em meio a modorra dos pássaros
Estranho silêncio invadindo o aconchego
Fazendo talvez culto ao amor

Ainda neste tempo pandêmico
Do vírus infernal o drama já é aparente
Choro o ente querido que se foi,
Coração partido olhar aborrecido
Em nome da Lei a solicitar apoio.

Cemitério de desenho indesejado
Quantas covas se abriram
Nem o Coveiro, o operário sabe
Talvez saiba a abelha que da colméia se escapou...

Da janela vejo o sol nascer e a chuva cair
Os astros passarem lá longe
Sou paciente temente a contaminação
A vacina é a tão  esperada salvação
Andando vou fazendo poesia a canção.

24 hora na janela de emoção cambaleando
Com medo até do que vem no vento
Pareço firme para não findar a esperança
Nem maltratar ainda mais corpo, alma e coração
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 08/04/2021
Reeditado em 10/04/2021
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