SOLIDÁRIA POESIA
O vírus não nos distancia e, sim, nos aproxima.
Nossos vizinhos agora são nossos conhecidos,
os que moram na rua, os das casas de vidro,
por trás dos vidros fumê, os dá rua de cima...
A máscara nos escondem e mostram tudo,
nossos pequenos atos são peças de teatro,
na superfície está o que somos no fundo,
temos raízes, mas somos flores do mato...
Conhecíamos nossos defeitos, uns,
nossas virtudes tão de nós escondidas,
amigos tantos, inimigos só alguns,
éramos proprietários de nossas vidas...
Olhávamos os lírios do campo, os promontórios,
buscavámos água na bica, doce aquática melodia,
hoje, do medo, somos majoritários sócios,
o que nos une, mais ainda, é nossa solidária poesia.