DESTINO

Tem dias que me sinto de noite,

meu coração é uma lua,

silêncio dói, é um açoite,

então me deito na rua...

Tem passarim que não dorme,

me avisa quando chega o sol,

minh'alma de paz tem fome,

igual um peixe no anzol...

Foi por pouco que escapei

de ser devorado pela solidão,

quando pensava ser rei,

era um mero pião...

Daí que me dei a cantar,

as árvores punham folhas no ouvido,

quase que adoçei o mar,

o sol perdeu os sentidos...

Hoje em dia sou um homem comum,

desses que lê um livro por dia,

na verdade, não tenho problema algum

em ler só os de poesia...

Por isso aceito o destino

que a liberdade me deu,

de viver sob o sol à pino

e procurar quem sou eu...