QUIS SABER DE DEUS O QUE ERA O AMOR

Quis saber de Deus

o que era o amor

a raiz, o esteio,

seu olho do furacão.

Quis ver com Deus

quem fez o amor

a fórmula, a essência

seu ponto de ebulição.

Quis tirar de Deus

onde mora o amor

se dorme, se passeia,

se faz alguma oração.

Quis roubar de Deus

o gosto do amor,

suas garras, âncoras,

seu pedaço de chão.

Deus ficou pensativo, desarmado,

parecia encurralado,

um tanto encabulado,

mais não fugiu da resposta,

respirou fundo e então.

Amor que é amor,

é sem raiz, sem esteio,

sem olho no furacão.

Amor que é amor

ninguém faz, não tem fórmula,

é sem essência, sem ponto de ebulição.

Amor que é amor

não mora em lugar algum,

não dorme, nem passeia,

nem faz oração.

Amor que é amor

não tem gosto, garras, âncoras,

nem pedaço de chão.

Eu sou o amor, disse Deus,

e quem deixá-lo fluir, viver, acontecer, perpetuar,

terá a minha melhor parte, meu melhor dom,

cravejando no seu coração.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 09/01/2021
Reeditado em 09/01/2021
Código do texto: T7156060
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