DOCE INVENÇÃO
O amor existe
ou será invenção dos patifes
para capturar mocinhas incautas?
Se o amor é bom desse tanto
qual o motivo do doído pranto
que se ouve no quarto, na sala?
Ah famintos patifes devoradores,
sócios majoritários das alheias dores,
insaciedade que nunca acaba...
Se pudessem ver o vestido passado,
os brincos, pulseiras, o soutien dourado,
do amor teriam uma lembrança vaga...
As cartas com coraçõezinhos suaves,
o doce perfume que cada palavra invade,
alágrima, pingente delicado, que a vida salga...
Amem e nunca aceitem nenhuma patifaria,
se entreguem como versos de uma poesia,
não se esqueçam, amor não tem mágoa...