RETRATO DE UMA TARDE
gosto de você,
e da fantasia de um lençol branco
balançando ao vento leve da tarde,
estendido no varal
do quintal dos fundos,
que dá vista para um pedaço de montanha,
quando por trás dela, de sua silhueta de morros,
o sol fugidio pinta de dourado as nuvens
e os grilos começam a algazarra,
uma fanfarra de bichos acompanham a sinfonia
e o riacho, logo abaixo,
debaixo de árvores meninas,
desliza suave, um ruído leve,
para não acordar o menino mimado
que dormiu no balanço da rede
pensando em você;
gosto de você,
e desta mania de fazer poesia
toda vez que ouço você falar
ou deslizar
como borboletas flutuando como pétalas ao vento,
à minha frente, quando passo por aí afora
neste mundão de Deus;
gosto de você
e desta mania de fazer poesia...