FUGAS
Quis fazer um poema e esperei a inspiração
O tempo passou, não me apareceu
Descabelei-me, possesso, perdi a razão
Convenci-me por fim, que ela morreu
Não sou de brinquedo, não me dou por vencido
Se ela não vem eu faço na marra
Nada me vence eu sou bem atrevido
Vou até debochar e esbaldar-me na farra
Nenhum sentimento, nobre ou sem graça
Meu coração é de pedra e os meus nervos de aço
Meus caminhos são meus, ninguém mais nele passa
Meu destino está feito sou eu mesmo quem faço
Sorrateira, intrépida, surge uma melodia
No ensejo e esperta desfilou a saudade
Combinando os tons surge a sábia harmonia
Enfeitada e bela veio à tona a verdade
Uma canção foi imposta com rimas de dor
Revelando em tudo os quês da razão
Preservar-se o peito da dor da paixão
Buscou-se em vão inúteis fugas do amor