Pássaro ferido
Poetisa, a tua dor julgas sem igual,
Choras amargamente lágrima cristalina.
Por que te fizestes tão crente? Pobre menina!
Agora vaga como um espectro demente.
Fostes criança brincando com o destino,
Tua alma dolorida te faz parecer um pássaro ferido.
Destes dos teus lábios rosados a promessa de ardor,
Teus braços prometiam afagos ternos com amor.
Construístes um castelo de sonho para teu amado.
Onde os astros e espíritos de paz iluminariam teu enlace
E toda alegria do mundo estaria estampada na tua face.
Mas o mundo não é assim, nele se deve aprender e crescer.
“Ou pelo amor ou pela dor”, a escola da vida ensina a humanidade.
Aqui se dilacera o peito, julga e despreza sem piedade.