PAQUERA
Saio de casa,
Vou à praça
Só pra te olhar
O seu olhar:
Tão zen, tão sublime
Negritude cósmica
Teus olhos imprimem
A minha ótica.
Ver teu sorriso
Atrevido
Com voz ingênua
De princesa;
Tua face perfeita
De deusa grega,
Que me enfeitiça
Em estátua viva.
Olho para você
E você me vê,
Parece gostar...
Será que me amará?
Saio de casa,
Todo dia é assim:
Olho você,
Você olha pra mim.
À voz, sabemos
Contudo, não sabemos
Se não gostamos
Além do que olhamos.
Quero pegar-te a mão
Porém, não na vista do pai,
Da mãe e de seu irmão...
Tenho que pedir a seu pai,
À sua mãe
Pra te namorar...
Pra realizar
O nosso afã
Que é abraçarmos
Mais do que olharmos
O nosso belo amor
Nos ares ao redor.