PRISMA DE CARNE

Teu gestual tem a verve da luminosidade,

inexplicável palavra da imagem,

consenso do êxtase com a brevidade,

percebe-se na insensata dosagem,

da autoria que o Universo subscreve.

Apropriou-se da alma dos quatro elementos

para inviabilizar que o olhar releve

o indizível absurdo dos teus movimentos.

O cetro de estesia soberano como estrela,

apartado na articulação de tempo e espaço,

no trêmulo minuto da vulnerável vela.

A expressividade independente de haver ser

pois o excesso transfigura o existente em abstrato.

No paradoxo do encantamento a si mesmo transcrever.

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 19/09/2020
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