Feridas
Quando é o bastante?
Quando a eternidade é como o instante
Que se passou há um instante
Quando te faltam luz, água, ar...
E sentes que já não podes
Apenas oxigênio respirar
Quando as intensidades
Aumentam desmedidamente
Violando a mente de tua mente
Que há muito desfragmentou-se no chão
E subtraiu-te de todo a razão
De um mundo novo
Em constante expansão
O que fazer?
Não há o que fazer…
O caminho é para nós mostrado
Na medida em que caminhamos
despindo-nos dos saberes que herdamos
Daqueles que só perscrutam o passado
Um passo por vez, ou dez de uma vez
Não importa, diante de nós está a porta
Que se abre para a decisão
Não há no chão pedaços de pão
Nem o barbante indicando o caminho
Teremos que descobrir sozinhos
Vez por outra pisando espinhos
Que nos quererão parar
Nesses momentos
saberei exatamente o que fazer
Tomar-te-ei em meus braços
E a levarei incólume até o outro lado
Sei que ao chegarmos lá…
Cuidarás de minhas feridas.